- Não. A paixão está no
excesso provocado pela vontade, pois o princípio foi dado ao homem para o bem e
as paixões podem conduzi-lo a grandes coisas. O abuso a que ele se entrega é
que causa o mal.
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- As paixões são como um
cavalo que é útil quando governado e perigoso quando governa. Reconhecei, pois,
que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a deixais de governar e
quando resulta num prejuízo qualquer para vós ou para outro.
As paixões são alavancas
que decuplicam as forças do homem e o ajudam a cumprir os desígnios da
Providência. Mas se em vez de as dirigir, o homem se deixa dirigir por elas,
cai no excesso e a própria força que em suas mãos poderia fazer o bem, recai
sobre ele e o esmaga.
Todas as paixões têm seu
princípio num sentimento ou uma necessidade da Natureza. O princípio das
paixões não é portanto um mal, pois repousa sobre uma das condições providenciais
de nossa existência. A paixão propriamente dita é o exagero de uma necessidade
ou de um sentimento; está no excesso e não na causa; e esse excesso se torna
mau quando têm por conseqüência algum mal.
Toda paixão que aproxima
o homem da Natureza animal o afasta da Natureza espiritual. Todo sentimento que
eleva o homem acima da Natureza animal anuncia o predomínio do Espírito sobre a
matéria e o aproxima da perfeição.
(Kardec, 1987, p.361-362)
Kardec, Allan. O Livro
dos Espíritos. São Paulo: LAKE, 1987.
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