abaixo, quando lhe foi
perguntado:
O que fazer para melhorar o cérebro ?
Resposta:
Vc tem de tratar do espírito. Precisa estar feliz, de bem com a
vida, fazer exercício. Se está deprimido, reclamando de tudo,
com a autoestima baixa, a primeira coisa que acontece é a
memória ir embora; 90% das queixas de falta de memória são por
depressão, desencanto, desestímulo. Para o cérebro funcionar
melhor, você tem de ter alegria. Acordar de manhã e ter desejo
de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo e ter a
autoestima no ponto.
PODER: Cabeça tem a ver com
alma?
PN: Eu acredito que a alma
está na cabeça. Quando um doente está com morte cerebral, você
tem a impressão de que ele já está sem alma... Isso não dá para
explicar, o coração está batendo, mas ele não está mais vivo.
Isto comprova que os sentimentos se originam no cérebro e não no
coração.
PODER:
O
que se pode fazer para se prevenir de doenças neurológicas?
PN: Todo adulto deve
incluir no check-up uma investigação cerebral. Vou dar um
exemplo: os aneurismas cerebrais têm uma mortalidade de 50%
quando rompem, não importa o tratamento. Dos 50% que não
morrem, 30% vão ter uma sequela grave: ficar sem falar ou ter
uma paralisia. Só 20% ficam bem. Agora, se você encontra o
aneurisma num checkup, antes dele sangrar, tem o risco do
tratamento, que é de 2%, 3%. É uma doença muito grave, que pode
ser prevenida com um check-up.
PODER: Você acha que a vida
moderna atrapalha? PN: Não, eu acho a vida
moderna uma maravilha. A vida na Idade Média era um horror. As
pessoas morriam de doenças que hoje são banais de ser tratadas.
O sofrimento era muito maior. As pessoas morriam em casa com
dor. Hoje existem remédios fortíssimos, ninguém mais tem dor.
PODER: Existe algum inimigo
do bom funcionamento do cérebro? PN: Todo exagero. Na bebida, nas drogas, na comida, no mau humor, nas reclamações
da vida, nos sonhos, na arrogância, etc. O cérebro tem de ser bem tratado como o corpo. Uma coisa
depende da outra.
É muito difícil um cérebro muito bom num corpo muito
maltratado, e vice-versa.
PODER: Qual a evolução que
você imagina para a neurocirurgia?
PN: Até agora a gente trata
das deformidades que a doença causa, mas acho que vamos entrar
numa fase de reparação do funcionamento cerebral, cirurgia
genética, que serão cirurgias com introdução de cateter,
colocação de partículas de nanotecnologia, em que você vai
entrar na célula, com partículas que carregam dentro delas um
remédio que vai matar aquela célula doente que te faz infeliz.
Daqui a 50 anos ninguém mais vai precisar abrir a cabeça.
PODER:
Você
acha que nós somos a última geração que vai envelhecer?
PN: Acho que vamos morrer
igual, mas vamos envelhecer menos. As pessoas irão bem até
morrer. É isso que a gente espera. Ninguém quer a decadência da
velhice. Se você puder ir bem mentalmente, com saúde, e bom
aspecto, até o dia da morte, será uma maravilha.
PODER:
Hoje
a gente lida com o tempo de uma forma completamente diferente.
Você acha que isso muda o funcionamento cerebral das pessoas?
PN: O cérebro vai se
adaptando aos estímulos que recebe, e às necessidades. Você vê
pais reclamando que os filhos não saem da internet, mas eles
têm de fazer isso porque o cérebro hoje vai funcionar nessa
rapidez. Ele tem de entrar nesse clique, porque senão vai ficar
para trás. Isso faz parte do mundo em que a gente vive e o
cérebro vai correndo atrás, se adaptando.
Você
acredita em Deus? PN: Geralmente depois de
dez horas de cirurgia, aquele estresse, aquela adrenalina toda,
quando acabamos de operar, vai até a família e diz:
"Ele
está salvo".
Aí, a família olha pra você e diz:
"Graças
a Deus!".
Então,
a gente acredita que não fomos apenas nós,
que existe algo mais, independente de religião.
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