terça-feira, 1 de março de 2016

ESPIRITISMO E UMBANDA

ESPIRITISMO E UMBANDA

Embora muitos pensem que a Umbanda é o mesmo que o Espiritismo isto não é verdade. Existem muitas diferenças nas práticas de uma e outra. Quando nos referimos ao Espiritismo estamos falando da doutrina codificada pelo mestre Lionês Allan Kardec. Quem afirma isto está cometendo erro, mas é da prática espírita aceitar e conviver harmoniosamente com todas as linhas religiosas, pois todas conduzem a Deus à sua maneira.
A umbanda teve sua origem nos cultos africanos e egípcios, foi trazida para cá pelos escravos, que logo tiveram suas práticas religiosas proibidas tendo que associar seus orixás com os santos da igreja para não serem reprimidos. Nas práticas logo surgiram os espíritos dos negros que partiam para lá carregados com o ódio dos patrões e de todos que lhes tiraram do lar e os separaram dos entes amados. Exigiam vingança o que levou à prática do candomblé. Em suas manifestações praticam o mediunismo, fenômeno que é praticado desde todos os tempos pelos magistas, pajés.
Mas, vemos todos os dias, pessoas bem intencionadas mencionarem ao falar de espiritismo, citarem fatos que só ocorrem na umbanda, revelando falta de conhecimento sobre o que significa o termos espiritismo. Desconhecem que este termo foi criado por Allan Kardec exatamente para separar o espiritista dos outros praticantes de outros seguimentos religiosos, o que já existiam na época da codificação.
Vejamos alguns pontos que são concordantes;
·       A Umbanda é espiritualista; o Espiritismo também o é.
·       A Umbanda rende culto a Deus; o Espiritismo também.
·       Nas práticas de Umbanda ocorrem fenômenos mediúnicos; no Espiritismo também.
·       A Umbanda aceita a reencarnação; o Espiritismo também.
·       Na Umbanda se faz caridade; no Espiritismo também.
Vejamos os pontos discordantes:
·       O Espiritismo NÃO tem culto material; a Umbanda TEM.
·       O Espiritismo NÃO prescreve qualquer forma de paramento nem comporta o formalismo de funções sacerdotais; a Umbanda TEM "pais" de terreiro com vestimenta e prerrogativas equivalentes ao exercício de funções sacerdotais.
·       O Espiritismo NÃO admite uso de imagens; a Umbanda TEM imagens e altares.
·       O Espiritismo NÃO têm sinais cabalísticos nem símbolos; a Umbanda TEM sinais, "pontos riscados" etc.
·       O Espiritismo rege-se por um corpo de doutrina homogênea, codificada por Allan Kardec; A Umbanda NÃO se rege pela doutrina codificada por Allan Kardec.
O professor J. H. Pires, no capítulo VI - O Mediunismo - de seu livro Mediunidade trata a Umbanda como uma forma de mediunismo.
A sua explicação baseia-se na noção de que mediunismo - definição dada pelo Espírito Emmanuel - designa as formas primitivas de Mediunidade.
Assim, ele discorre sobre a construção racional da Mediunidade através dos ensinamentos de Allan Kardec. A Umbanda, sendo apenas a prática do fenômeno mediúnico, não consegue abarcar o grau de positivação alcançado pela Doutrina dos Espíritos. Esta é a grande diferença.
Vamos ver o que está redigido na página do Povo de Aruanda sobre este assunto;
ORIGEM DO MEDIUNISMO
·      A África foi colonizada em parte pela Índia e pelo Egito, que desde a antiguidade praticavam o mediunismo.
·      Portanto o Afro-mediunismo tem suas origens no antigo Egito e na Índia. O Afro-mediunismo foi trazidos para o Brasil através dos escravos a partir do ano de 1600.
·      O Espiritismo surgiu na França em 1857 e veio para o Brasil próximo ao ano de 1900.
·      Portanto a origem da Umbanda e do Candomblé nada tem de haver com o Espiritismo.
ORIGEM DA UMBANDA
·      A Umbanda, é um movimento de natureza religiosa e mediúnica, que alguns tentam atribuir-lhes sua origem a fontes iniciáticas do Egito, da caldéia ou da Índia.
·      O certo é que a doutrina de Umbanda, atualmente praticada no Brasil, deriva fundamentalmente do culto religioso com raízes exclusivamente africanas, que fundiu suas crenças supersticiosas e intercâmbio com os antepassados, na mistura do culto católico, de ritos e práticas ocultas dos ameríndios. Ademais, esse sincretismo religioso ainda influenciou-se fortemente pelo Espiritismo, adotando-lhe algumas práticas, preces e postulados.
ESPIRITISMO NÃO ADOTA NEM CONDENA AS PRÁTICAS EXTERIORES
·      O Espiritismo não adota em seu seio o uso de símbolos, ritos, hierarquias religiosas, práticas fetichistas, adorações, cantos folclóricos, porque a sua composição doutrinária cuida principalmente de libertar o Espírito de formas transitórias do mundo.
·      O Espiritismo, como sistema ou doutrina dos Espíritos, firma os seus postulados nas bases principais transmitidas do Além, enquanto a Umbanda, na atualidade, ainda é sincretismo religioso, ritos e costumes religiosos de diversas raças e povos. Mas não se pode censurar o uso de tais apetrechos, cerimônias e costumes primitivos na Umbanda porque trata-se de movimento espiritualista com práticas e princípios diferentes da codificação Espírita Kardecista.
ESPIRITISMO E UMBANDA SÃO MUITO DIFERENTES
·      Não é conveniente confundir ambos os gêneros de trabalho e função do Espiritismo e da Umbanda. O Espiritismo abrange o conjunto de criaturas que já se mostram em condições de ativar o seu progresso espiritual independentemente das formas do mundo; Não tem rituais e nem se preocupa com exterioridades e problemas de ordem exclusivamente material.
·      A Umbanda, no entanto, é mensagem endereçada aos homens que ainda requerem o ponto de apoio no rito, das imagens, dos símbolos e do fenômeno mediúnico, para focalizar a sua emotividade religiosa.
·      Mas não importa se o indivíduo é espiritista ou umbandista, porém, interessa a sua conduta e o seu procedimento junto à humanidade! Ninguém vale pela sua crença, mas sim pelas suas obras.
·      UMBANDA É MEDIUNISMO, MAS NÃO É ESPIRITISMO!
·      É doutrina que admite a Lei da Reencarnação e o processo de Causa e Efeito do Carma, merecendo também os mais sinceros louvores pelas curas dos enfermos e obsidiados.
·      Juntamente com as falanges de Espíritos primários ou pagãos, também operam na Umbanda Espíritos de elevada estirpe espiritual, confundidos entre pretos velhos, caboclos, índios ou negros, originários de várias tribos africanas. Os mentores de Umbanda, no momento, preocupam-se em eliminar as práticas obsoletas, dispersivas e até censuráveis, que ainda exercem os umbandistas alheios aos fundamentos e objetivo espiritual da doutrina.
·      UMBANDA ATUA NO ASTRAL MAIS DENSO
·      Os trabalhos mediúnicos de Umbanda ajudam a atenuar as violências das entidades cruéis e vingativas que se aglomeram sobre a crosta terráquea.
·      As equipes de caboclos, índios e pretos velhos experimentados constituem-se na corajosa defensiva, segregando as entidades demasiadamente perversa quem não sabem viver entre as outras criaturas. O Espiritismo, como a Umbanda, apesar do seu labor mediúnico diferente, ambos cumprem determinações do Alto e tendem para o mesmo objetivo em comum.
·      Enquanto a Umbanda aperfeiçoa a prática mediúnica no campo da fenomenologia mais densa do astral inferior; O Espiritismo doutrina os homens para a sua libertação definitiva das formas do mundo transitório da carne! Malgrado a aparência de ambos se contradizerem, a Umbanda ajusta o vaso e o Espiritismo asseia o líquido; a Umbanda aprimora a lâmpada e o Espiritismo apura a chama!
A Casa Espírita Cristã Dr. Bezerra de Menezes nunca discriminou a prática  e nem mesmo aqueles que praticam a Umbanda. Mas não aceita quem erroneamente diz que ambos são a mesma coisa. O fato de sermos tolerantes não significa que abrimos mão dos nossos postulados. Mas, temos muitos amigos que praticam a umbanda, se unem para fazer a caridade. Mas, é preciso salientar que a umbanda é pratica do mediunismo e uma vez que não se exige a reforma íntima de seus adeptos se torna mais fácil ser umbandista que espírita, motivo que muitos achando então que é a mesma coisa, acabam por adotar a umbanda em sua vida.
Pedimos sim, desculpas àqueles que dado à magnanimidade da direção da nossa casa, passaram a achar que uma e outro são a mesma coisa. Sim em nossas práticas os pretos velhos, os índios dão passividades, mas já não usam dos costumes que existem na prática umbandista. Não fumam, não cantam pontos nem exigem fidelidade absoluta. Não preceituam banhos e nem fórmulas mágicas para arrumar casamentos ou conseguir sucesso nos negócios.


Obrigado a todos.

5 comentários:

  1. ESPIRITISMO E UMBANDA – O CAMINHO É UM SÓ: JESUS

    Por Humberto da Silveira Espírito Santo Jr.


    Acredito que quando Alan Kardec perguntou aos Espíritos, quando da elaboração do Livro dos Espíritos, "se o Espiritismo seria a religião do futuro", como resposta dos elevados representantes do mundo espiritual, que participaram desse abençoado trabalho que nos trouxe as verdades que vieram a desvendar sobre a continuidade da vida, foram bem claros na afirmativa; "Não, o Espiritismo não é a religião do futuro, mas sim "O FUTURO DAS RELIGIÕES".
    Sabemos em primeiro lugar que, como toda religião, sua prática é exercida pelos homens, e como todo ser inteligente que habita nosso planeta é tendencioso, os dirigentes e consequentemente os próprios frequentadores, acabam sendo preconceituosos e sectários. Primeiro, acabam sendo preconceituosos pelo fato do homem achar que as escolhas que faz são as mais acertadas, sem margem a erros, tornando essa sua escolha a melhor opção, defendendo-a como sendo a melhor também para o próximo. São sectários porque formam grupos, as famosas "panelinhas". Na obra Universalismo Crístico, elaborada por Roger Buttini Paranhos, e orientada pelo espírito Hermes, diz que todas as religiões tendem a desaparecer, justamente pelas razões que citamos . Quando a espiritualização das religiões acontecer o espirito não mais precisará da religião, e porque? Na condição em que vivemos hoje a religião é necessária por causa da forma, ainda, grosseira de viver a realidade. Quando estivermos mais conscientes da verdadeira situação em que estamos inseridos, das diversas dimensões que nos envolvem, a humanidade não precisará mais da religião porque Já estará espiritualizada o suficiente para perceber que Deus se faz representar por suas obras e na crença nos Espíritos que nos rodeiam.
    Acredito que se ouvíssemos os espíritos quando nos esclarecem sobre ser o Espiritismo “O FUTURO DAS RELIGIÕES”, talvez nós fossemos mais tolerantes com o próximo. Além do que, tanto o Espiritismo quanto a Umbanda são religiões voltadas a Caridade. Se o Espiritismo como a Umbanda unissem suas forças a casa que trabalha para o próximo, em auxilio mediúnico, seria muito mais atuante e realizaria muito mais do que realiza em benefício do próximo.
    Comparando o Espiritismo com a Umbanda nós diríamos ser o Espiritismo a policia militar e a Umbanda a policia de choque.
    Não podemos negar que a doutrina Espírita é a base de toda religião espiritualista, já que os alicerces estão firmados pela codificação Kardecista. Foi Kardec que “desbravou“ o território do invisível. Foi ele que denominou as coisas e os fenômenos que nos passam despercebidos, muito embora estejamos em contato com a espiritualidade constantemente.
    Nós estamos acostumados a divergir com o próximo e quando a coisa esquenta, extrapolamos e agimos de forma agressiva ou incoerente e sem reflexão o que nos faz nos arrepender depois...
    Sugiro que convivamos de forma harmoniosa e pacífica. Convivamos sem melindres e com parceria direta com outras religiões, pois deveria haver um intercâmbio, mais comunicação e eventos onde as diferenças são abolidas por necessidade da espiritualidade em interagir com a matéria e nós somos todos filhos do mesmo Pai.


    “Nós, no Espiritismo, somos aquela parcela de cristãos chamados a compreender e trabalhar. Não temos qualquer coisa contra os companheiros nossos que acreditam de outro modo. Allan Kardec abriu-nos um caminho muito vasto. Não se sabe de mensagem alguma em que fôssemos chamados a mostrar santidade; mas existem numerosos convite à cooperação, ao trabalho.”
    “Estamos certos de que nós, os cristãos de qualquer procedência, não podemos esquecer a promessa do Cristo: - “Estarei convosco, até o fim dos séculos.” A violência, o desamor e a inquietude são estágios humanos, suscitados pelas criaturas humanas, mas a vitória da paz e do amor entre os homens pertence a Jesus, o Cristo de Deus.”
    Chico Xavier

    Humberto da Silveira Espírito Santo Jr.

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  2. Admito que tanto sua postagem Otacílio,quanto o seu comentário Humberto, será de grande valia para todos. Que tenhamos a consciência de que somos um grão de areia dentre todo esse universo de espíritos amorosos e caridosos que nos envolvem, aguardando e contribuindo para nossa
    evolução.
    Georgea G. Lemes

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  3. Como faz bem ler e ouvir coerências que nos convidam a reflexão, mas sobretudo ao respeito e a vivência de conciliação, assim entendendo que tudo há de cumprir um papel importante, rumo a evolução espiritual. Numa época em que disparidades ideológicas buscam legitimar atrocidades, o momento é de relevar diferenças, disseminar a informação, mas sobretudo unir esforços e alavancar a fraternidade.

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    1. Nem maiores, nem menores, nem inferiores, nem superiores, apenas os chamados, cada um para a sua tarefa...
      Que o "Pai" nos abençoe!

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  4. Estou de acordo com o texto publicado, mas sendo umbandista não concordo com esta parte:
    Mas, é preciso salientar que a umbanda é pratica do mediunismo e uma vez que não se exige a reforma íntima de seus adeptos se torna mais fácil ser umbandista que espírita, motivo que muitos achando então que é a mesma coisa, acabam por adotar a umbanda em sua vida.
    Pois a Umbanda tem fundamento,nós como mediuns de umbanda precisamos sim da reforma intima, pois sem ela não podemos exercer nosso trabalho com eficiência, a conexão entre a entidade e o médium depende disso.

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